Eis que a primeira é a Zona Ecológica-Econômica de Diversificação Produtiva e Serviços Ecossistêmicos (ZEEDPSE), caracterizada pela predominante necessidade de segurança ambiental. Visa à preservação dos serviços ecossistêmicos, oferecidos aos próprios locais em que se situam e, ao DF como um todo, sobretudo a preservação da água.
A ZEEDPSE está subdividida em cinco Subzonas de Serviços Ecossistêmicos (SZSE). Na porção oeste, estão o Lago Descoberto e a represa de Santa Maria. É a SZSE1 – Produção Hídrica.
A área conta com uma urbanização reduzida, menos de 5% da população do DF segundo dados da Codeplan, abrangendo a região de Brazlândia e parte de Ceilândia. Aqui, o critério mais relevante é a preservação da água, em quantidade e qualidade.
A região é responsável pela produção de 88% da água potável, que abastece todo o DF. As atividades econômicas mais indicadas para esta subzona são o turismo rural ecológico, as atividades agropecuárias e as de processamento de produtos com alto valor agregado, respeitando a legislação de uso e ocupação do solo, bem como sua capacidade ecológica.
A partir do noroeste do DF, por todo o seu norte, está a subzona com o maior nível de preservação do Cerrado, a SZSE2 – Potencial Econômico de Conservação. Localizada na região da Fercal e da Área de Proteção Ambiental da Cafuringa. Ali está a bacia do Rio Maranhão.
Essa subzona também conta com uma baixa densidade demográfica – 0,3% da população do DF – e a tônica econômica deve se voltar aos circuitos turísticos, esportivos, de aventura e gastronômicos, a exemplo do que ocorre em cidades como Bonito (MS) e Brotas (SP), referências em desenvolvimento econômico aproveitando as potencialidades ecológicas da região.
A bacia do São Bartolomeu está na subzona SZSE3 – Disponibilidade Hídrica e Corredores Ecológicos, que percorre desde o extremo nordeste do DF até o seu extremo sul, passando entre as bacias do Paranoá e do Preto – no meio leste. Essa região reúne cerca de 6% da população rural do DF e é fundamental para a recarga dos aquíferos, uma vez que o Rio São Bartolomeu é o último manancial represável com água potável no DF.
Nessa região, as atividades econômicas também devem dar preferência ao turismo ecológico além da produção agropecuária de baixo impacto ambiental e baixa emissão de carbono. Um dos principais pontos de atenção ali é a fiscalização de parcelamentos irregulares de áreas próximas às nascentes e afluentes do São Bartolomeu, bem como a preservação da vegetação remanescente de cerrado, e o plantio de mudas nativas.
A fronteira leste do DF, que abriga a bacia do Rio Preto, forma a SZSE4 – Gestão da Água para Atividade Econômica. A região reúne parte dos 6% da população rural e é ocupada predominantemente pelo agronegócio.
O debate aqui se dá pelo risco de contaminação do solo pelas atividades agropecuárias e agroindustriais, além da necessidade de redução do consumo de água oriundo daquelas atividades. As diretrizes do ZEE apontam para a criação de mecanismos que incentivem atividades agrícolas e industriais menos intensivas em água (principalmente), com baixo potencial poluidor, além do cultivo de espécies mais resilientes. A definição de uma estrutura viária, de mobilidade humana e transporte de cargas e mercadorias é outro indicativo relevante desta subzona.
Por fim, a SZSE5 – Alto Risco Ecológico mantém importantes maciços de cerrado nativo em pé, com evidente vocação para a preservação e conservação ambiental, bem como à produção hídrica, a partir de programas voltados para o plantio de mudas. Localizada ao sul do território, onde está o Jardim Botânico, a Reserva Ecológica do IBGE e a Fazenda Água Limpa, a subzona abriga 0,7% da população do DF. Região mais restritiva do ponto de vista do risco ambiental, oferece importantes serviços ecossistêmicos para a sociedade.