Por: Yasmin Rajab – Correio Braziliense
A lei distrital nº 6.864, que proíbe o uso de sacolas plásticas no DF, começou a valer em 1º de agosto. As penalidades estão previstas apenas para 2023. Medida segue tendência adotada em outros estados
Depois que a medida começou a valer, os supermercados e demais comércios tiveram que adotar outras medidas para substituir o material – (crédito: Divulgação)
Já são três meses que a lei distrital nº 6.864 começou a valer no Distrito Federal. A medida que impede o uso de sacolas plásticas comuns no Distrito Federal tem o objetivo de reduzir os danos e o impacto ambiental proveniente das sacolas. Sancionada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), a lei colabora com a diminuição da quantidade de plástico distribuído entre os comércios da cidade.
Depois que a medida começou a valer, os supermercados e demais comércios tiveram que adotar outras medidas para substituir o material. Uma das soluções adotadas foi a venda de sacolas feitas com material ecológico. Mas a população não precisa se prender apenas a essa alternativa. Outras maneiras de transportar as compras podem ser adquiridas, como uso de caixas de papelão, carrinhos de feira ou ecobags.
Maria Fernanda de Faria, gerente de implementação da política de resíduos sólidos na Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal, explica que, dependendo do tamanho da compra, outra alternativa é guardar na bolsa ou até mesmo levar na mão.
“Dependendo do que for, nem precisa de embalagem. Pode levar no bolso, na bolsa. Por exemplo, às vezes vamos à farmácia e compramos uma caixinha de remédios e eles colocam numa sacolinha minúscula que acabamos enfiando na bolsa. Precisamos ter o hábito de recusar”, explica.
Na natureza, a sacola plástica leva cerca de quatro séculos para se decompor. Maria Fernanda explica que os “benefícios da redução do consumo de descartáveis para o meio ambiente são, na verdade, benefícios para nós mesmos: menor extração de matéria prima que a natureza levou bilhões de anos para formar, menor geração de lixo que equivale a menores gastos públicos com coleta, tratamento ou aterramento, maior tempo de vida útil para os aterros sanitários”.
Apesar da lei ter começado a valer em agosto, representantes do setor empresarial da capital do país estabeleceram que a data para aplicação das penalidades começa a partir de 1º de março de 2023. A medida segue tendência adotada em outros estados, como no Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo.
Segundo Maria Fernanda, a medida possui grande importância para a preservação do meio ambiente. “Toda mudança feita por lei no sentido da sustentabilidade é positiva, pois faz o mercado se movimentar, buscar soluções, provoca dúvidas e coloca o assunto em pauta”, ressalta.
Cuidados com o meio ambiente
Além da substituição das sacolas plásticas por materiais sustentáveis, outras medidas podem ser adotadas pela população para continuar cuidando ainda mais do meio ambiente. Maria Fernanda explica que, antes de tudo, é necessário repensar o padrão de consumo. Sendo assim, ela indica que é preciso comprar apenas o que realmente será usado. Confira outras dicas:
A servidora da SEMA alerta que o Distrito Federal possui uma questão socioambiental urgente, que consiste no descarte correto dos resíduos. Ela explica que nos últimos 7 anos, o Governo do Distrito Federal fez uma revolução nessa área.
“Encerramos o maior lixão da América Latina, inauguramos o 1º Aterro Sanitário de Brasília, contratamos diversas cooperativas de catadores de materiais recicláveis que, pela primeira vez na história do DF, estão sendo devidamente remunerados pelo seu trabalho e atuando em locais adequados”, destaca.
Maria Fernanda ressalta que o serviço de coleta seletiva no DF está disponível em 32 regiões administrativas, além de papa-recicláveis, papa-entulhos e galpões de triagem. “Mas, se a população não participa, são investimentos que não se convertem em benefícios ambientais e sociais. Bastam atitudes simples para colaborar com a renda dos catadores e o nosso meio ambiente”, explica.
A servidora cita os seguintes hábitos para colaborar com o serviço:
O Correio Braziliense entrou em contato com a Associação de Supermercados de Brasília (ASBRA), mas até o momento de publicação desta matéria não obteve resposta.