A recuperação de danos nas áreas de preservação permanente (APPs) situadas na orla do Lago Paranoá, o Projeto Orla, foi retomada, com o início do período chuvoso em Brasília. O secretario do Meio Ambiente, Sarney Filho, vistoriou de barco, na quinta-feira (5), pontos que foram selecionados para o trabalho nesta primeira etapa, acompanhado de técnicos da secretaria, do Rede Terra e pela superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água (SUCON) do Brasília Ambiental, Rejane Pieratti. O trabalho contou com o apoio de embarcações da Capitania dos Portos de Brasília, supervisionado pelo Capitão de Corveta Canuto, ajudante da Capitania Fluvial de Brasília.
Sarney Filho disse que a vistoria representou um ‘marco zero’ para a continuidade do trabalho. “Trata-se de uma resposta do Governo do Distrito Federal ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no sentido de recuperar Áreas de Proteção Permanente (APP) ocupadas irregularmente ao longo da orla sul e que foram desobstruídas com a retirada de cercas e muros.”, disse o secretário. O Projeto prevê ações de recuperação em 65 hectares ao longo das APPs, desde a barragem ao Lago Sul do Paranoá, incluindo o braço do Riacho Fundo, com ações nos 30 metros às margens do espelho d’água e nos tributários que abastecem o lago nas Unidades de Conservação.
O investimento de cerca de R$ 2 milhões é proveniente do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam). Os recursos são oriundos das indenizações de acórdãos judiciais e termos de ajustamento de conduta dos moradores responsabilizados pelas ocupações irregulares.
Realizado pelo Instituto Rede Terra, o trabalho inclui contenção de processos erosivos, a revegetação e revitalização de corredores ecológicos, além de tratamento contra formigas e correção de solo antes do plantio, uso de contentores para limitar o acesso de veículos, cercamento e tutoria de mudas.
Para a subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema, Márcia Fernandes Coura, a visita ao longo da orla permitiu identificar as áreas selecionadas e os trabalhos já iniciados pela Sema e parceiros.
Na QL10, Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) do Bosque, foram plantadas cerca de 1,7 mil mudas de espécies nativas do Cerrado em uma área de 4,5 hectares.
Nas QLs 6 e 8 o trabalho de preparação do solo está em andamento para receber o plantio por semeadura. “Ao todo serão vinte áreas na região do Lago Sul e vamos ver como se comportaram as áreas que já estão sendo trabalhadas e as que já foram selecionadas e avaliar como está o andamento da preparação do solo”, explicou a sub-secretária.
O programa busca contribuir para o equilíbrio ambiental e a preservação de mananciais que abastecem o DF, contribuindo para a segurança hídrica de Brasília. “Precisamos garantir que o Lago Paranoá, possa cumprir suas múltiplas funções ecossistêmicas, como estabilidade das margens, corredores ecológicos, biodiversidade, amenização do clima, navegação, lazer e o embelezamento do Distrito Federal”, destacou.
O Diagnóstico Ambiental que subsidia o projeto identificou 321,83 hectares passíveis de recuperação na orla, incluindo APPs, unidades de conservação e áreas públicas.Ao todo 20 polígonos receberão plantios, incluindo áreas dentro das unidades de conservação, como os parques Mosteiro Ermida Dom Bosco, Copaíbas, Península Sul, Garça Branca, Arie do Bosque (QL 10) e Arie do Riacho Fundo (QL 1), e fora deles, como as Quadras do Lago (QL) 6, 8, 16, 20, 22 e 28.
Uma nova fase de recuperação de áreas degradadas vai incluir o Lago Norte. A Fundação Banco do Brasil (FBB), a Sema, o Brasília Ambiental e o Serviço Florestal Brasileiro publicaram edital de seleção pública para o recebimento de proposta de ações de recomposição florestal nas áreas de preservação permanente. A ação faz parte do Programa Recupera Cerrado e terá investimentos de R$1,42 mi.
O objetivo do edital é selecionar um projeto voltado para reflorestamento com espécies vegetais (arbóreas, arbustivas e/ou herbáceas) nativas do Cerrado.
Até 12 de novembro, estão previstos julgamento, classificação e seleção das propostas. O resultado final deve ser divulgado no dia 24 de novembro.
A orla do lago tem um contorno total de 102,31 Km, sendo 50,31 deles no Lago Sul e 52 no Lago Norte.
Assessoria de Comunicação
Secretaria do Meio Ambiente