O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) apresentou nesta semana o Relatório 2018 do Programa de Monitoramento de Áreas Queimadas dos Parques e Unidades de Conservação do Distrito Federal (PROMAQ). De acordo com o levantamento, houve diminuição de quase 50% na área queimada. O documento aponta ainda que, no terceiro trimestre do ano passado, ocorreram grandes áreas queimadas e alerta que o período de maior incidência de incêndios vai de julho a setembro.
O PROMAQ é desenvolvido pela Diretoria de Avaliação e Qualidade Ambiental (DIAVA) da Superintendência de Biodiversidade (SUBIO) e tem por objetivo vistoriar, quantificar e qualificar os focos de incêndios florestais, além de mensurar as áreas queimadas nos Parques e Unidades de Conservação geridos pelo Ibram.
Com 10 anos de monitoramento, o Programa teve uma grande evolução em 2018 com a incorporação do sensoriamento remoto para detecção de áreas queimadas. O sensoriamento remoto envolve técnicas para obtenção de informações da superfície terrestre através de radiação. Entre outras vantagens, o uso de imagens geoespaciais possibilita a ampliação da cobertura de áreas monitoradas e melhora o tempo de resposta na gestão ambiental.
Diante das potencialidades dessas novas tecnologias, o Ibram contratou licença de uso das imagens de satélite de alta resolução com acesso à plataforma Planetscope, que, além do sistema de monitoramento ambiental hospedado em nuvem, emite alertas semanais de indícios de desmatamento e marcas de queimadas. “Por meio desse sistema, o GDF pode verificar áreas alteradas em todo território do Distrito Federal, obter estatísticas temporais e analisá-las espacialmente”, explicou o presidente do Ibram, Edson Duarte.
Cada satélite é um fator de forma CubeSat 3U (10 cm por 10 cm por 30 cm). CubeSat (junção das palavras em inglês: Cubo e Satélite) é um tipo de satélite miniaturizado usado para pesquisas espaciais e comunicações radioamadoras. A constelação completa de aproximadamente 120 satélites da plataforma será capaz de fazer imagens de toda a superfície terrestre do Planeta todos os dias (o que equivale a uma capacidade de coleta diária de 150 milhões de km² / dia).
Em relação aos alertas de queimadas e desmatamento, a ferramenta do IBRAM utiliza algoritmos que detectam todas as alterações na vegetação arbórea, arbustiva e gramínea. Em alguns casos, observa-se apenas uma variação dos períodos dos seres vivos e suas relações com o meio ambiente.
Áreas queimadas
No ano de 2018, foram levantadas áreas queimadas em 76 parques e unidades de conservação do IBRAM. Desse total, foram registradas e mapeadas áreas queimadas em 55. Foram preenchidos 505 Registros de Incêndios Florestais (RIF), totalizando uma área queimada mapeada de 1.715,46 hectares, correspondente a 7,72 % da área total desses espaços.
Na avaliação histórica, entretanto, houve uma diminuição de quase 50% de área queimada. Segundo Elenice dos Santos Costa, diretora de Avaliação e Qualidade Ambiental, houve uma diminuição significativa nas áreas queimadas, “apesar do aumento de registro de incêndios florestais em 2018. Quando comparado aos anos anteriores, observamos uma diminuição drástica na área queimada, alcançando o menor registro desde o início do Programa, em 2010”.
“O bom resultado se deu pela adoção da ferramenta de sensoriamento remoto, que permitiu a emissão de alertas e uma ação mais ágil e preventiva, além da atuação da brigada de incêndios florestais do IBRAM logo no início dos focos de incêndios”, explica Alessandra Abrahão, superintendente de Biodiversidade.
O estudo do IBRAM demonstra que o maior volume de área queimada se deu entre julho e setembro, que coincide com a elevação da temperatura máxima média e com a diminuição da umidade relativa e da precipitação.
Clique aqui para acessar o estudo completo do PROMAQ 2018
Assessoria de Comunicação Social
Secretaria do Meio Ambiente (Sema),
com informações do Ibram