Com o marco legal, além dos municípios goianos de Alto Paraíso, Cavalcante e Colinas do Sul, que já eram abrangidos pelo parque desde a criação, em 1961, os novos limites incluem parte de Teresina de Goiás, Nova Roma e São João da Aliança.
Para viabilizar a ampliação, o Governo do Distrito Federal foi chamado para encontrar uma solução junto ao Governo de Goiás. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, André Lima, o DF participou ativamente das tratativas e propôs que o governo de Goiás usasse o mecanismo de compensação ambiental nas áreas protegidas.
“Depois da ampliação, as áreas de propriedade de Goiás receberão títulos de valor econômico do governo federal, o que permitirá que o estado regularize e dê segurança jurídica para produtores agrícolas nos próximos anos”, explica o titular da pasta do Meio Ambiente do GDF.
Segundo ele, em 10 anos, a movimentação econômica oriunda da compensação ambiental em áreas desmatadas ilegalmente pode chegar a R$ 2 bilhões. “Ganha a sociedade, o ecoturismo da região e os produtores rurais”, avalia.
Além dos benefícios da conservação do cerrado, a ampliação atinge o Distrito Federal no âmbito econômico, de acordo com o secretário, pela proximidade de 250Km entre Brasília e o Parque Nacional. “A maior parte dos turistas que frequentam a chapada ou são de Brasília ou passam por aqui. Temos que investir em estratégias para potencializar o turismo na região”, aposta.
Unidades de conservação ampliadas
Outras duas unidades de conservação federais tiveram suas áreas ampliadas, a Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, que passa de 10,7 mil para 32,7 mil hectares, e a Reserva Biológica União, no Rio de Janeiro, que ganha 6 mil hectares, passando dos atuais 2,5 mil para 8,6 mil hectares.
O presidente Michel Temer promulgou o Acordo de Paris, que trata da mudança climática no planeta, em vigor no país desde novembro de 2016. O chefe do Executivo reafirmou o compromisso do Brasil com o tema e disse reconhecer a importância do acordo. “Não há mais espaço para crescimento sem sustentabilidade”, afirmou.
O governo federal também instituiu a criação do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, no Pará, que será demarcado em um espaço de 79,9 mil hectares. Feito por meio de termo de compromisso celebrado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a mineradora Vale, o território abrange os municípios de Paraupebas e Canaã dos Carajás.
A unidade de conservação tem como característica a vegetação de campos rupestre ferruginosos, com ecossistema rico em ferro, flora e fauna raras, além de ecossistemas aquáticos e cavernas.
O Brasil conta com uma área total de mais de 79 milhões de hectares de áreas de preservação ambiental em unidades de conservação. O número representa quase 10% do território nacional. Com as ampliações, o país passa a ter 347 mil hectares de áreas protegidas a mais nos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia e Marinho Costeiro.