Está aberta a consulta pública on-line do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) sobre espécies invasoras da fauna e da flora do Distrito Federal.
A lista faz parte de um levantamento e de estudos sobre o impacto de centenas de plantas e animais exóticos no bioma Cerrado.
Os trabalhos foram desenvolvidos em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Ministério do Meio Ambiente.
O prazo para colaborações é 25 de maio, e os interessados podem conhecer as listas preliminares da flora e da fauna no site do Ibram.
Vantagens competitivas e ausência de inimigos naturais dão aos exóticos a capacidade especial para proliferação e invasão de ecossistemas, sejam naturais ou antropizados, como explica o coordenador de Flora do Ibram, Alisson Neves.
“Essas espécies são beneficiadas pela degradação ambiental e são bem-sucedidas em ambientes e paisagens alterados. Além disso, o potencial invasor e a severidade dos impactos causados podem ser intensificados em razão das mudanças climáticas”, acrescenta.
Algumas evidências nesse sentido já são admitidas. É o caso da forte presença de ervas e gramíneas inseminadas no passado como estratégias de potencialização econômica.
Alguns exemplos são os capins:
Da lista prévia levantada pelos cientistas do Ibram, do ICMbio e do Ministério do Meio Ambiente constam, por exemplo, o javali (Sus scrofa), o mico-do-tufo-branco (Callithrix jacchus) e o gato doméstico (Felis catus).
Entre centenas de aves consideradas invasoras estão o pombo (Columba lívia), o galo-de-campina e até pardais.
Também são relacionadas dezenas de répteis, como o jacaré-açu (Melanosuchus níger) e peixes trazidos para habitar lagos e rios, como a tilápia (Tilapia rendalli), o bagre africano (Clarias gariepinus) a carpa comum (Cyprinus carpio) e o tucunaré (Cichla ocellaris).
A lista começou a ser elaborada no ano passado, após encontros entre técnicos das Coordenações de Flora e de Fauna do Ibram, do ICMBio e do Meio Ambiente.
Depois da consulta pública, o passo seguinte será reunir a comunidade científica, os setores produtivos e a sociedade civil para debater os manejos necessários à proteção do Cerrado do DF.